quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BRASIL

Após 13 anos, político acusado de mandar matar deputada vai a júri

Começa na próxima segunda-feira o julgamento do ex-deputado federal alagoano Talvane Albuquerque (ex-PTN), acusado de mandar matar, em dezembro de 1998, a deputada Ceci Cunha (PSDB) para ocupar a vaga dela na Câmara dos Deputados.

Talvane será submetido ao tribunal do júri da Justiça Federal em Alagoas depois de o processo passar por uma série de idas e vindas entre as justiças estadual e federal.

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Ceci foi morta durante uma visita à casa de sua irmã, em Maceió, horas depois de ser diplomada deputada pela Justiça Eleitoral. Era o seu segundo mandato.

Ela, seu marido, Juvenal Cunha, o cunhado Iran Maranhão e a mãe dele, Ítala Maranhão, estavam sentados em frente à casa da família quando foram atingidos por pistoleiros. Todos morreram.

A deputada foi atingida por um tiro no pescoço. O episódio ficou conhecido em Maceió como a "chacina da gruta", em referência ao bairro onde ocorreu.

Primeiro suplente na coligação que elegeu Ceci Cunha na eleição de 1998, Talvane Albuquerque chegou a assumir a vaga, mas foi cassado pela Câmara dois meses depois por falta de decoro parlamentar.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de encomendar a morte da deputada. Ficou preso por um ano e, desde maio de 2000, aguarda julgamento em liberdade.

DEFESA

Desde o início do processo, Talvane nega que tenha ordenado o crime. O advogado Welton Roberto, que defende o ex-deputado, disse que não há provas contra ele e que nunca foram investigadas outras hipóteses para o crime.

"Dizem que são 13 anos de impunidade. Mas, na verdade, são 13 anos de injustiça, pois ele é acusado sem provas", afirmou.

Segundo o advogado, ainda não foram julgados dois recursos que questionam a transferência do processo da Justiça de Alagoas para a Justiça Federal. Esses recursos, diz o advogado, podem levar à anulação do julgamento.

Além do ex-deputado serão julgados Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco e José Alexandre dos Santos, acusados de efetuarem os disparos, e Mendonça Medeiros da Silva, acusado de participar na preparação e execução do crime.

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