2º dia - Rise Against, Pennywise, Anti-Flag, Streetlight Manifesto, A Wilhelm Scream e Garage Fuzz
Aconteceu no dia 04 de novembro, em São Paulo, no Espaço das Américas, o segundo dia do Wros Fest que uniu seis bandas da cena punk rock/hardcore. São elas, Garage Fuzz, A Wilhelm Scream, Streetlight Manifesto, Anti-Flag, Pennywise e Rise Against.
O festival estreou no Brasil e atraiu um público sedento por um lineup de tirar o fôlego. A fila já formada bem antes de os portões serem abertos por volta das 14:30hs, começa a tomar conta da casa aos poucos e o cenário do caos começa a ganhar forma.
A primeira banda a se apresentar foi o Garage Fuzz. Com o repertório repleto de músicas conhecidas, a banda oriunda da cena santista destilou durante a sua apresentação o que tinha de melhor na sua bagagem de mais de 20 anos de estrada para dar início a uma avalanche de stage dives e moshs que estariam por vir.
Dentre as canções que tiveram uma maior receptividade e uma troca de energia mais intensa entre banda e platéia teve "Shore Of Hope" impulsionando o primeiro aquecimento vocal de quem tava ali, "Embedded Needs", "Remains Wasted" do novo EP, "Replace" e muito do DVD de 20 anos de estrada da banda.
Entre a primeira apresentação e a segunda ainda havia muita gente chegando, quem duvidou da pontualidade das bandas nesse evento perdeu muita coisa. Pois essa foi uma característica que marcou positivamente o festival e fica o exemplo a ser seguido por outros.
Na seqüência, o A Wilhelm Scream fez uma das apresentações mais empolgantes do dia. Certamente, "The Horse" foi um dos pontos mais favoráveis ao fazer a maioria cantar em uma sincronia frenética com as variações de tempo feita pela banda nesse som. A presença de palco foi mais um fator diferencial, com uma energia incansável a banda ensurdeceu muita gente com um repertório de músicas como "Gut sick Companion", "Skid Rock", "The king is dead" que chegou a ser hipnotizante e épico ao mesmo tempo.
O carisma do vocalista Nuno Pereira também fez a diferença, principalmente ao dizer que não importava a diferença de idioma e que aquela energia do momento que seria o principal combustível da diversão. Depois dessas palavras formou-se uma roda veloz em "I wipe my ass to showbizz" e o caos poderia ser ainda maior se em "We built this city" os fãs aderissem a sugestão de Nuno em ficarem a vontade para subir no palco, ninguém se arriscou.
A sensação final desse show para os fãs foi de plena satisfação. Para quem não os conhecia a reação foi algo assim, "por quê eu não conheci essa banda antes?"
Depois de tantas músicas ensurdecedoras, tava na hora de dar uma quebrada no ritmo do festival com o Streetlight Manifesto - que na ocasião estava substituindo o cancelado Glassjaw. A banda que mistura elementos do Punk, ska e jaza em levadas viajantes, fez uma apresentação contagiante com muito swing e, na maioria das vezes, com peso.
'We will fall together' deu inicio a um clima dançante e bem agitado que teve vários bons momentos. A pegada festiva da banda em "Down down down to mephisto's cafe" rendeu fortes aplausos logo de cara. Digamos que a partir daí a lei do lugar era a de manter o copo sempre cheio.
A originalidade sonora da banda foi cativante e em um duelo inspirado dos metais a sensação era de uma verdadeira "tourada-core". Na qual o alvo era de pura diversão, "Somewhere in between" orquestrou a parte final da farra que para a infelicidade de muitos chegava ao fim em grande estilo.
Para recuperar o rumo auto-destrutivo do Festival, os encarregados da missão foram os punks do Anti-Flag. A banda simplesmente foi a mais insana do dia, tocaram músicas que são a verdadeira trilha do caos como "Underground network", "This is the end (for you my friend)", "Turncoat" e sem deixar de lado músicas novas como "Broken Bones".
Nesse show rolou tudo que tinha direito, logo no comecinho o baixista Chris #2 se desfez de seu baixo para se jogar na platéia e isso era só o começo. Rolou muita interação entre público e banda que manteve a mesma energia explosiva do começo ao fim. Alias que final de show foi aquele?
Além de rolar um cover frenético de 'Should I Stay or should I go' do The Clash, o baterista Pat Thetic simplesmente resolveu descer do palco somente com a caixa e chimbal da batera para tocar em uma roda de fãs a última música que foi a 'Power to the peaceful'. Sensacional!
Mas ainda não acabou, na seqüência o Pennywise retornando com seu vocalista original, Jim Lindberg, subiu ao palco para turbinar mais ainda o clima de satisfação geral da platéia. Infelizmente, no começo do show a qualidade do som não tava muito boa, a sonoridade estava saindo abafada e isso tirou um pouco do impacto inicial (pelo menos do lugar que eu estava). No telão dava pra ver o coro comendo desde o começo, e no decorrer do show a sonoridade melhorou e foi muito empolgante ver tocarem "Same old story" cantada praticamente em uníssono; já "Fight til you die" foi a explosão que fez tudo perder o controle.
Fãs tentaram invadir o palco mas foram retidos pelos seguranças. Ainda rolou "Society", "Living for today", "Stand by me", "Pennywise" e na última, "Bro Hymn", houve uma nova tentativa de invasão do palco feita por um fã, dessa vez, bem sucedida. Já que conseguiu dividir o microfone por alguns segundos com o Jim antes de se jogar de volta.
Depois que acabou o show do Pennywise, muita gente foi embora como se a noite já tivesse terminado. Mas ainda tinha o Rise Against pela frente e mais um problema técnico que, dessa vez, chegou a constranger a banda justo no começo do show e por duas vezes seguidas.
Assim que a banda subiu no palco e deu os primeiros acordes, o áudio dos instrumentos e da voz começaram a sumir e a banda teve que sair de cena para recomeçar novamente, outra vez sem sucesso. Com xingamentos dos fãs, rapidamente a equipe técnica resolveu o problema.
Aproximadamente uns dez minutos depois, a banda sobe ao palco pela terceira vez e dessa vez deu tudo certo. O clima de tensão foi superado rapidamente com a "Ready to fall", a partir daí rolou uma avalanche de hits que fez muita gente sair do chão e soltar a voz.
Mesmo com a qualidade de som melhorando aos poucos, em "The good left undone" os fãs parecem não ter se importado muito mais com isso e a empolgação estava extrema. Entretanto, gostei do show até certo ponto. A banda é muito boa musicalmente, tem uma performance interessante ao vivo e sabe ter o controle do show, porém, depois de um tempo as músicas começam a ficar um tanto cansativas de se ouvir e a energia empolgante do começo dá uma caída. Mas essa é só a minha opinião, teve quem não bocejou nenhuma vez e manteve a vontade de curtir a banda até o fim.
O importante é que o WROS Fest ficará marcado na memória de muitas pessoas que, certamente, já pensam nas bandas que podem tocar em uma futura próxima edição do evento. Se isso ocorrer, espero que a característica da pontualidade das bandas seja mantida.
Apesar de ter ocorrido um problema técnico com o Rise Against - rapidamente solucionado - considero que o respeito da organização com quem é fã foi priorizado. Que venha nova edição em 2013.
Enviado por Rodrigo Fernandes
Fonte: Zona Punk
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