JIM MARTIN, ex-guitarrista do FAITH NO MORE quebrou um silêncio de mais de dez anos nessa semana ao responder a perguntas dos fãs da banda através de um site britânico. O que segue abaixo é a tradução de alguns trechos da entrevista, na qual ele abordou sua situação com os demais membros e porque não participou da reunião.
[...] Vou perguntar isso logo… qual é seu relacionamento agora com os membros do FAITH NO MORE?
Pra ser honesto, esse é um assunto bastante emotivo pra mim. Tem havido tanta retórica negativa na imprensa, e foi minha escolha ou jogar o jogo deles, lutar com eles e deixar que a imprensa publicasse, ou deixá-los brincando com eles mesmos e deixar que vocês tomassem uma decisão baseada no trabalho que eu deixei pra trás. Em um esforço para evitar a negatividade, eu escolhi a segunda opção. Entretanto, há alguns tópicos que eu gostaria de abordar.
Eu li algumas entrevistas que Matt Wallace fez, e suas explicações simplificadas podem levar a acreditar que eu odeio homossexuais, que eu não contribui com ‘Angel Dust’, e eu não toquei guitarra naquele disco. Puta que pariu. Há algo mais contundente que isso. As trilhas de guitarra são minhas. Sou eu tocando guitarra em todas as faixas. Eu contribui para o processo de composição e pros arranjos. Bill colocou umas firulas em ‘Midlife Crisis’ e ‘Midnite Cowboy’ e escreveu tudo para a música dele, ‘Small Victory’, Mike compôs tudo em ‘Malpractice’, eu escrevi tudo e fiz os samples para ‘Jizzlobber’; Bill contribuiu com as partes de teclado. Mike escreveu todas as letras para o álbum, exceto por Roddy ter escrito a letra de ‘Be Aggressive’.
Os comentários de Matt sobre Roddy foram meio estranhos; nós [os membros da banda] todos sabíamos que Roddy era gay muito antes de ele ter ‘saído do armário’ e isso não era problema pra ninguém.
Matt também se esqueceu de mencionar que ele e eu passamos muito tempo no estúdio na produção de TRT e AD melhorando o método de gravação e o perfil sonoro em geral no estúdio. Eu insisti em ser creditado como co-produtor do FNM naqueles dois discos por causa desse trabalho. Percebam, ‘The Real Thing’ e ‘Angel Dust’ são os dois únicos discos do FNM co-produzidos por Matt Wallace e pelo Faith No More.
Eu vi algo na Wikipedia onde alguém reacendeu um comentário: Jim Martin disse ‘Eu não sei porque se chama Angel Dust, eu não tive nada a ver com isso’. Enquanto isso é verdade, não é completo. A idéia fora de Roddy, e ninguém mais teve nada a ver com isso. Ele veio com o conceito de um pássaro, da capa, e Angel Dust pro título A pergunta era: “Como é que colocamos essa ideia na capa do disco?” Perdemos controle da arte da capa nos últimos 2 lançamentos. The Real Thing e Introduce Yourself foram concebidos e desenhados pela ‘gravadora’ e nós simplesmente pagamos a conta. Essa era uma oportunidade de expressão artística e finalmente um de nós deu uma ideia que todos iam seguir. Eu entrei em contato com Mark Leialoha para discutir a idéia, ele trouxe Werner ‘Vern’ Krutein porque Werter tinha uma agência e poderia produzir as fotografias necessárias, permitindo-nos finalizar o conceito de Roddy. Eu não tinha idéia do exército russo no encarte, inspirado pelo álbum do Pogues ‘Rum Sodomy And The Lash’, do qual eu gostava muito na época. Eu acompanhei tudo de perto e me certifiquei de que tudo acontecesse do jeito que NÓS queríamos que acontecesse. Houve muita gritaria quando chegou a hora de pagar a conta, mas no fim das contas, nós ficamos com o controle de nossos recursos, conseguimos usar nosso próprio pessoal, e mantivemos o controle criativo. [...]
[...] É verdade que ofereceram a você a oportunidade de tocar nos shows da reunião – e se for, por que você recusou?
Por algum tempo em 2008, eu tinha recebido informações com freqüência crescente de que ‘nós’ estávamos agendando uma turnê de reunião, festivais, Europa. Eu fora informado que sim, os promotores estavam vendendo a coisa como sendo a formação original. Em fevereiro de 2009, Roddy me telefonou e disse que eles estavam começando a pensar em fazer algo juntos, e estavam checando com todo mundo, e queria saber o que eu pensava. Eu disse que sim, que estava interessado. Eu também disse a ele que eu sabia que a turnê estava sendo agendada, e que eles estavam prestes a anunciá-la oficialmente, e que era hora de assinar os contratos. Eu disse a ele que mandasse os contratos, de modo que eu pudesse revisá-los e começar a acertar os detalhes. Vários dias depois, eu consegui falar com os empresários no telefone, que me disseram que eles tinham decidido usar outra pessoa… Eu sei que é difícil, não, você não entendeu nada errado. Aconteceu desse jeito. Em um esforço para prevenir qualquer informação errada, eu fiz o anúncio que eu não estaria participando dos alardeados shows de reunião vários dias antes de eles fazerem o anúncio. [...]
Fonte: Whiplash
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