quarta-feira, 19 de setembro de 2012

BRASIL - Em posse, Marta Suplicy chama Dilma de 'arretada' e pede aprovação do Vale Cultura na Câmara




Ex-prefeita de São Paulo (2001-2004), ex-ministra do Turismo do governo Lula e atual senadora pelo PT, Marta Suplicy (SP) assumiu nesta quinta-feira (13) o Ministério da Cultura em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto. Ela substitui Ana de Hollanda, irmã de Chico Buarque.

Em seu discurso de posse, a nova ministra elogiou o legado deixado pela antecessora, cuja gestão foi marcada por uma série de ruídos entre ministério e a classe artística, e aproveitou para fazer seu primeiro pedido aos deputados, para que aprovem o Vale Cultura

“Muito me honra o convite para ocupar o cargo de ministra. É a possibilidade de participar mais de perto de um governo que tenho orgulho. Existe também a realização de trabalhar numa área que aprecio, mas mais que tudo de trabalhar sob o comando de uma mulher arretada, que admiro e com quem dialogo muito bem”, disse a ministra em referência à presidente Dilma 

A ex-senadora aproveitou agradeceu aos colegas pela aprovação da PEC da Cultura, na véspera da sua posse, e pediu aos “colegas” da Câmara que tenham o mesmo empenho para aprovar o Vale Cultura, que visa beneficiar trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.

A PEC estabelece os princípios do Sistema Nacional de Cultura e a aplicação de mais recursos públicos, de forma progressiva, para o desenvolvimento do setor. Com 54 votos favoráveis em segundo turno, a matéria foi aprovada pela unanimidade dos senadores presentes e segue para promulgação de Dilma.

“O ministério não faz cultura. Ele proporciona espaços e autonomia para que a cultura se produza. Não se pode pautar pelo mercado. Ao mesmo tempo nossos artistas têm que viver da sua arte. Devemos incentivar nossa participação internacional, esse será nosso outro desafio”, declarou Marta, que ainda destacou que a internet terá papel chave em sua gestão.

“O que se coloca ao público e é de qualidade, o público vai. Ainda conhecemos pouco sobre a influência da comunicação eletrônica na criatividade. Como cultura é algo em permanente transformação, a internet também presta serviço quando ela permite questionar o que está cristalizado”.

A nova ministra encerrou seu discurso agradecendo ao convite da presidente Dilma e disse que vai manter um diálogo com os vários setores culturais em torno de uma política pública unificada.

Em seu discurso de despedida, a ex-ministra Ana de Hollanda disse que “ela [Marta] tem capacidade e todas as condições para exercer esse cargo” e também elogiou o orçamento destinado à pasta para 2013, orçado em R$ 3 bilhões, que segundo ela, é o maior da história. 

A presidente Dilma agradeceu a “lealdade” de Ana de Hollanda e também ao “sacrifício pessoal e a maneira histórica com que enfrentou as pressões, muitas vezes, injustas e excessivas” à frente do ministério. 

Dilma reforçou as credencias de Marta Suplicy, que se licenciou do cargo de senadora para ocupar a pasta, dizendo que ela traz "muita experiência" ao ministério e ao seu projeto de democratizar a cultura.

“Eu não peço só a Deus, eu peço a você, que trabalhe pela área da cultura e leve ela à frente”, disse Dilma ao encerrar a cerimônia.

Viagem impediu Suplicy de acompanhar cerimônia de posse
Embora a cerimônia de posse tenha contado com a presença em massa dos demais ministros do governo Dilma, uma ausência foi sentida: a do senador Eduardo Suplicy, ex-marido de Marta.

Segundo a assessoria do senador, Suplicy está em São Paulo se preparando para viajar para a Alemanha, onde fará uma palestra. 

Dos filhos, apenas André Suplicy compareceu, levando os três filhos. Ainda de acordo com a assessoria do senador, os outros dois filhos de Marta, Supla e João Suplicy, não puderam comparecer porque estão em turnê.

O ator e diretor teatral José Celso Martinez , do teatro Oficina, em São Paulo, acompanhou a cerimônia usando um terno emprestado do senador Suplicy. Sobre a nova ministra, Martinez se mostrou otimista. “[Marta] Ela é uma mulher do poder”, disse. Para ele, Marta vai tratar a cultura como indústria.

“Fiquei feliz com o que ela disse ontem. Nós somos uma indústria”, disse ele, completando que “Marta é mais atirada”, em comparação com a antecessora, e “não vai passar batido” à frente da pasta.

Fonte: UOL 

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