segunda-feira, 6 de agosto de 2012

BRASIL - Jovens transformam praça na avenida Paulista em pista de skate





Por volta das 18h, o trânsito está "carregado" na avenida Paulista. Na praça Oswaldo Cruz, também. Ali, porém, não é a via que está congestionada, mas a própria praça; tampouco são os carros a causa, mas sim skatistas que se sucedem em saltos sobre os bancos e canteiros locais.

Ali, bem no começo da avenida, o "trânsito" que os skatistas causam, porém, não é o que mais irrita quem passa pela praça diariamente.

"O problema é o vandalismo. Os canteiros estão destruídos, os bancos danificados e minha banca foi toda pichada desde que os skatistas chegaram", diz Paulo Teixeira, 76, que tem uma banca na praça há cerca de 40 anos.

Os skatistas se reúnem todos os dias no local, que virou "point" devido às calçadas lisinhas e canteiros que podem ser usados em suas manobras. As marcas das batidas constantes dos skates já estão por toda a parte.

"Começou há uns quatro meses. Agora, esse lugar fica lotado. Às vezes, dá meia-noite e eles ainda estão aqui. Já vi mãe vir procurar o filho que não voltava pra casa", comenta Teixeira.

Durante a tarde, o grupo é pequeno. Eles saltam sobre uma caixa de papelão colocada no centro da praça. No fim da tarde, o local fica lotado.

Como toda região de trânsito intenso, o risco de atropelamentos também existe por ali. Os pedestres desviam, mas às vezes são surpreendidos por algum garoto passando em alta velocidade.

Durante as manobras também acontece de o skate sair sem rumo pronto pra atingir a perna de algum distraído.

Teixeira conta que um desses skates sem rumo atingiu a perna de uma mulher que estava diante de sua banca.

"Às vezes acontece, mas é raro. A gente fica sempre aqui [no centro da praça] e as pessoas passam ali [mais próximo dos prédios]", garante Luiz Cláudio Eugênio dos Santos da Silva, 18.

Para José Luiz dos Santos, 59, que trabalha na região e passa todos os dias pela praça, o que incomoda não é bem o esporte.

"O skate em si não é um problema, mas eu sou pai de uma adolescente e não gostaria que minha filha frequentasse esse lugar, com vários garotos bebendo e fumando até tarde", diz.

Para os garotos que se reúnem na praça, porém, o local é uma oportunidade para conhecer outros skatistas e aprender novas manobras com eles. Os jovens dizem, inclusive, que podem conhecer algum possível patrocinador no local.

ROLÊS

Mas não é apenas na praça Oswaldo Cruz que os jovens se reúnem. Eles apontam que são várias as opções para os skatistas na cidade.

"Hoje, a gente já passou pela Sé, pelo vale do Anhangabaú e pela Sumaré. Depois a gente ainda vai pra Ricardo Jafet que tem uns lugares legais", afirma Álvaro dos Santos Souza, 15.

"Tudo que a gente quer é arrumar peças para o skate e aprender novas manobras", completa Luiz Cláudio.

PARQUES

Segundo a prefeitura, São Paulo tem ao todo 13 parques com pistas de skate.

São eles: Pinheirinho D'Água, Cohab Raposo, Zilda Natel, Jacintho Alberto, Vila do Rodeio, Linear do Fogo, Linear Sapé, Linear Tiquatira, Linear Mongaguá, Água Vermelha, Zilda Arns, Linear Canivete e Cordeiro.

O número é bem parecido ao de Nova York, por exemplo. Como a Folha mostrou neste mês, a cidade americana tem 13 parques públicos.

Em alguns casos, as pistas de skate em Nova York foram montadas no lugar de lixões ou em lugares onde havia consumo de drogas.

Em São Paulo, outros parques também são bastante usados pelos skatistas, apesar de não terem pistas adequadas, como o Ibirapuera e o parque Independência.

A Prefeitura de São Paulo alerta, no entanto, que cada parque tem seu próprio regulamento de uso.

Fonte: Folha uol 

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