Em Caruaru (PE), Dilma nega cortes em investimentos e sinaliza com redução de juros
e impostos
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (30), em entrevista a emissoras
de rádio em Caruaru (131 km do Recife), que o aumento no superavit primário em R$ 10
bilhões não vai resultar em cortes nos investimentos previstos para 2011. Segundo
Dilma, a política econômica adotada pelo Brasil vai reduzir juros e impostos.
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“Nós vamos manter todos os investimentos: o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento;
o Minha Casa, Minha Vida; as obras da Copa; as barragens, que vamos dar início aqui hoje.
Vamos manter também os programas sociais, o Bolsa Família. Esses R$ 10 bilhões decorrem
do esforço que fizemos no que se refere à redução no custeio e aumento de receita, que
ocorre porque o Brasil está crescendo”, disse.
A presidente afirmou que o aumento da receita será sempre revertido no aumento de
investimentos. Para ela, o crescimento econômico do país deve se refletir numa queda de
juros e impostos.
“Nós começamos a ter a redução dos juros no Brasil. Isso é importante. O Brasil pratica
uma das mais altas taxas de juros do mundo. Nós termos que reagir de dois jeitos. O
primeiro é garantir que o Brasil siga crescendo. Nossa maior defesa é o mercado interno.
É ele que permite que sejamos um país que conta com sua força, que pode e que vai manter
seus empregos e sua economia crescendo. Essa é a melhor resposta à crise”, afirmou.
A presidente ainda complementou, afirmando que “precisamos melhorar as condições em que
crescemos”. “A primeira coisa que o Brasil quer é a diminuição de impostos. Nós já
começamos [a baixar impostos]. Nós lançamos um programa, o Super Simples, onde juntamos
todos os impostos, tornando-os menores para os pequenos empresários. O programa
microempreendedor individual garantiu aposentadoria para os trabalhadores autônomos.
Ao invés de pagar 11% à previdência, ele paga só 5% e tem direito a aposentadoria e
crédito.”
A presidente voltou a defender o mercado interno como forma de combater a crise mundial.
“Nosso mercado interno é um dos que poucos que crescem no mundo. Com essas medidas
[de redução de impostos], nós protegemos a indústria, o que é importantíssimo para o
país. Nós vivemos numa situação adversa. Os países desenvolvidos têm mecanismos de defesa
que prejudicam o Brasil. Nós precisamos proteger nossa indústria de duas formas. Você
faz isso diminuindo impostos e juros. A crise agora tem a mesma raiz de 2008, mas ela é
mais contínua lá. Aqui, acreditamos que nosso mercado interno vai proteger a economia”,
disse.
Compromissos em Pernambuco
A agenda de Dilma prevê quatro compromissos em Pernambuco. Em Cupira (168 km do Recife),
a presidente assina as ordens de serviço para a construção de duas barragens e o convênio
para obras de outra, que devem evitar novas enchentes na região do agreste e mata sul de
Pernambuco. Além disso, Dilma também assina, na cidade, contratos de financiamento de
contrapartidas para o programa Minha Casa, Minha Vida.
No início da tarde, a presidente tem um almoço em Garanhuns (a 230 km do Recife), com
políticos locais. Em seguida, às 14h30, a presidente participa da aula inaugural do curso
de medicina do campus da Universidade de Pernambuco. Dilma ainda segue para Recife onde
participa, à noite, da inauguração das novas instalações de uma empresa de call center.
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