segunda-feira, 21 de abril de 2014

Muse começa a trabalhar em novo disco no mês que vem



Após tocar nos festivais Lollapalooza Brasil (veja como foi o show aqui) e Coachella, o Muse vai começar a pensar no sétimo álbum da banda mês que vem. “Vamos voltar em maio e começar a trabalhar em material novo, então acho que devemos começar a gravar ainda este ano”, disse o baterista Dominic Howard à rádio KROQ. “Se conseguirmos lançar algo este ano, seria muito legal, mas vamos definitivamente ter algo novo ano que vem”.

O frontman do grupo, Matt Bellamy, disse à Rolling Stone EUA em dezembro que o Muse havia começado a trabalhar no sucessor do álbum The 2nd Law, de 2012, logo após de terem tocado no Estádio Olímpico de Roma – apresentação que foi registrada em CD-DVD. À época, ele contou que achava que a banda deveria fazer uma “volta às raízes” com o disco. “Eu tenho a forte sensação de que o próximo álbum deve abrir mão das coisas adicionais com as quais experimentamos nos dois últimos discos, que são as coisas eletrônicas, as sinfonias e trabalho de orquestra e todo esse tipo de coisa”, ele disse. “Eu sinto que será bacana reconectar e relembrar como somos em uma 'volta ao básico'”.

Fonte: http://rollingstone.uol.com.br/noticia/muse-comeca-trabalhar-em-novo-disco-no-mes-que-vem/

sábado, 19 de abril de 2014

Placebo encerra turnê com show barulhento e visualmente instigante



De volta ao Brasil, agora com a turnê de "Loud Like Love", o trio britânico Placebo realizou na noite da fria segunda-feira de outono em São Paulo um belo show. Antes, a abertura do Mixhell, grupo eletrônico formado por Iggor Cavalera e sua esposa, Laima Leyton, teve a função de animar a pista enquanto o público chegava.

Com pouco menos de meia hora de atraso, Brian Molko (guitarra/voz), Stefan Olsdal (baixo) e Steve Forrest (bateria) subiram ao palco sob aplausos e assovios para mandar logo de cara "B3", seguida de "For What It's Woth". Como da última vez que estiveram por aqui, o trio - que no palco conta com mais três músicos de apoio - fez um show muito profissional, visualmente instigante e bastante barulhento.

O espetáculo de luzes criado pela combinação de uma iluminação bem planejada com o enorme painel de led que pega todo o fundo do palco preenche os olhos da audiência na mesma medida que os graves - talvez um pouco exagerados - pulsam com força deixando o pessoal do gargarejo tremendo a cada batida. Ao vivo, as músicas ganham um punch que não possuem no disco e ficam mais pesadas e às vezes um tanto aceleradas. O contraste dessa massa sonora com a voz peculiar médio-aguda de Brian causa impacto.

Mesmo canções mais arrastadas, como "Blind", o Placebo contagiou os presentes. As reações mais empolgadas, obviamente, vieram com "Every You Every Me", "Song To Say Goodbye", "Rob the bank", "Special K" - com o público fazendo todos os pa-ra-pa-pás - e "The Bitter End", que levantou a pista quase cheia do Citibank Hall.

A relação da banda com seu público às vezes parece bastante fria embora no sentido contrário - dos fãs para a banda - não seja assim. Brian Molko pouco se dirigiu ao público, soltando o primeiro cumprimento depois de meia hora de show. Ao longo da noite, falou mais duas vezes com a plateia, sendo a última quando a banda se despedia do palco.

Já os fãs respondiam a cada música, fosse um 'hit' ou nem tanto, com um carinho evidente. "Loud Like Love", que dá título ao novo disco, recebeu diversas plaquinhas de papel erguidas com a frase "We are loud like love" durante o seu refrão. "Too Many Friends" e "Meds", que começaram de modo quase solo, com Brian puxando a música para só depois a banda o acompanhar, convidaram o público a cantar junto.

O bis, com quatro músicas, incluiu uma versão para "Running Up That Hill", de Kate Bush, "Post Blue" e encerrou com "Infra-Red", findando também a turnê mundial do Placebo. O que talvez justifique a impressão de que a banda - à exceção de Steve Forrest, sempre sorridente e evidentemente empolgado - parecesse um tanto cansada.

Fonte: http://www.territoriodamusica.com/noticias/?c=35566

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Dr. Sin: banda libera faixa do novo álbum


A banda Dr. Sin, formado por Andria Busic, Ivan Busic e Eduardo Ardanuy, havia anunciado o título do novo álbum, "Intactus", agora a banda liberou uma das músicas deste novo trabalho, trata-se de "How Long".




Fonte: Whiplash

sábado, 12 de abril de 2014

Roger, do Ultraje: “a gente não saiu da ditadura”

Com mais de meio milhão de seguidores no twitter e protagonizando o programa “The Noite”,  no SBT, ao lado de Danilo Gentili, Roger Moreira, 57, está revivendo o sucesso.

Conhecido pelo deboche e pela verve iconoclasta, ganhou fama nos anos 80 à frente da banda de rock Ultraje a Rigor, emplacando hits como “Inútil”, “Mim quer tocar” ou “Nós vamos invadir sua praia”.

Depois Roger andou meio esquecido, com aparições pontuais nos holofotes como por exemplo em 99, por conta da edição da G Magazine que o trazia nu.

O programa “The Noite” estreou há um mês e vem ganhando uma boa audiência. Atingiu 5,5 pontos no ibope, quando a média no horário anterior a sua estreia era de 4. Já venceu Jô Soares por três vezes.

Para muitos, a parceria de Roger com Gentili, selada em 2010, quando este apresentava um talk show na Band, antes de levá-lo ao SBT, simbolizava a decadência do Ultraje. Mas Roger nunca considerou que a banda fosse mero apoio ao programa, como acontece com os músicos de Jô.

São várias suas intervenções durante as entrevistas. Há um mês a apresentadora Rachel Sheherazade cantou em duo com ele “Nós vamos invadir sua praia”, em um dos pontos altos do “The Noite”.

Fui entrevistá-lo no camarim do estúdio do programa, no SBT. A ideia era desfiar seu pensamento político, revisitando as letras de suas canções, que tanto sucesso fizeram em outro tempo. Eis a conversa:

*

Você ainda acha que “a gente somos inútil”?

Eu acho. Quando fiz essa música estava voltando dos Estados Unidos, onde fui morar em 79. Tomei um baque grande de ver o que era a democracia de verdade. A gente ainda estava no finzinho da ditadura, a maioria não fazia ideia e nem hoje faz do que seja realmente uma democracia. Tudo aqui é uma merda. Quando vamos mudar o padrão de uma tomada, ao invés de adotar o padrão internacional, inventamos um padrão esdrúxulo.

E o que é uma democracia?

Um governo orientado para satisfazer o povo, por exemplo. Não como aqui onde predomina o favor e o paternalismo. Lá, quando a população tem necessidade, ela exige que seja atendida. É o lance do capitalismo funcionando direito, todos têm chance. Cheguei como estrangeiro, só pegava empregos que ninguém queria como garçom, lavador de prato, diarista. Ganhava bem, levava uma vida boa. É o que acontece com qualquer brasileiro que vai para lá, ele aprende rapidamente porque é um passo pra cima. Lá ninguém joga lixo no chão. O problema é que quando o brasileiro volta pra cá, ele esquece disso.

Estamos numa democracia?

Estamos em uma democracia fingida como na Venezuela. Não é só porque tem votação que tem democracia. Não é porque a maioria quer que isso é democracia. A democracia prevê um embate das forças e alternância de poder. E aqui há diversos subterfúgios, inclusive de dar dinheiro pro povo, espécie de coronelismo que sempre existiu.

Então nos Estados Unidos a vida é melhor?

Morei lá com minha irmã, que tinha bronquite. Quantas vezes não fomos atendidos gratuitamente no hospital. Aqui não, se você vai ao hospital público vê todo mundo morrendo, deitado no chão. Eu não, claro, graças a Deus, porque tive estudos. Não por isso sou menos brasileiro, a esquerda está sempre tentando jogar uns contra os outros.

E por que você voltou, então?

Saí de lá sinceramente porque não queria essa vida pra sempre, não usava minha cabeça pro trabalho, era só o braçal. Também senti falta de minha cultura, mas na volta senti esse baque e comecei a notar que o Brasil não funciona por causa do brasileiro. Há um vício de colocar a culpa em alguém, de esperar que o governo resolva, de não assumir. Na letra de “Inútil” usamos o português errado, porque aqui não tem educação direito.

“A gente não sabemos escolher presidente”, ainda?

Ainda não. Praticamente todos os partidos estão do mesmo lado pra começo de conversa. Os políticos prometem de tudo e o povo brasileiro meio que aceita. A gente tem essa mania histórica de corrupção e preguiça, uma série de más qualidades que fingimos que não vemos. Em português claro, o brasileiro merece tomar uns pitos de correção e não tem quem vá fazer isso porque político só rouba e promete, e trata o povo como se fosse coitado. A segunda frase desta música é “a gente não sabemos tomar conta da gente”. A gente não sabe se administrar.

O que precisa ser feito?

A gente tem que tomar as rédeas do sistema. Mas está tão corrompido que a gente nem sabe qual é esse caminho.

O país melhorou?

Melhorou. A gente saiu de uma ditadura e passou a fazer eleição direta. Mas agora estamos regredindo rapidamente sem perceber, pro ponto que a gente estava.

Como assim?

Entrei na escola em 64, naquele tempo a aula de história era muito orientada, só os melhores momentos eram apresentados e ainda assim de forma deturpada. Hoje é assim só que ao contrário. Continua a deturpação, só que por outro lado.

Dê um exemplo.

O caso da Raquel Sheherazade, que foi afastada, em férias compulsórias durante um tempo por conta de uma ação movida pela deputada Jandira Feghali (PC do B). Então é censura, só que por outro lado. Parece que desde os anos 30 mudamos de uma ditadura para outra, sempre disfarçando de democracia.

Mas a Sheherazade pisou na bola?

Ela não falou nada de mais. Ela disse que era compreensível quando amarraram um ladrão no poste. Compreensível significa que eu entendo a revolta da população que não agüenta mais ser roubada. Não quer dizer que eu ache que todo ladrão deva ser amarrado, mas interpretaram dessa maneira.

Você acompanhou os protestos de junho?

Não tenho mais idade para isso. Mas apoiei, achei legal. Pena que esvaziaram de maneira brilhante colocando black blocs na rua e com os políticos convocando reuniões, como sempre fazem. Vamos mudar de assunto, nada aconteceu, agora tem Copa e carnaval, tem sido assim de ditadura em ditadura.

O governo Lula foi bom para o Brasil?

Sinceramente acho que foi ruim, o que ele fez foi manter a inflação estabilizada com um programa que vinha do governo anterior. O que ele mais fez foi demagogia o tempo inteiro. Dizem que elevou a classe c mas pra falar a verdade não sei se isso não aconteceria naturalmente com o dinheiro estabilizado.

A ascensão da classe c não é um avanço?

Sem dúvida. Mas o pessoal acha que isso aconteceu porque o governo foi bonzinho com a gente. E pensam assim, “agora não sou mais miserável, porque posso comprar TV”. Errado, o contrário da miséria é o conhecimento, não é só comer e tal. Lula botou na cabeça do brasileiro essa luta de classes que não era pra existir. Fez o povo acreditar que quem tem dinheiro é contra os pobres.

E Dilma?

Se o país estivesse progredindo ok, mas não está. Estamos parados. E o Bolsa Família, que era para ser um analgésico, vai continuar para sempre, para garantir os 40% de votos que ela necessita para ser reeleita.

Como você se define politicamente?

Voto normalmente pra coisa ficar equilibrada. Esse é o segredo da democracia, se o poder está pendendo muito pra direita, é bom calibrar um pouco pra esquerda, e vice-versa. De todo jeito, sou mais pelo indivíduo do que pelos grupos – na coletividade, sempre tem a desculpa de que “a culpa não é minha, é do grupo”.

O que você defende?

Como força política acredito no liberalismo capitalista. Vivi isso, sei que funciona e não é só nos Estados Unidos. Na China, que é comunista, investiram pesado e estão na liderança do mundo. Gosto da ideia de que quanto menos interferência do Estado, melhor. Ele tem que regular, fiscalizar, mas não gosto da burocracia.

Que reflexão faz sobre os 50 anos do golpe militar?

Após tantos anos de ditadura criou-se a ideia de que a esquerda é tudo de bom, de que é boazinha e tal. Não vejo assim. Qualquer esquerda, não só a brasileira, é uma merda falida, com uns exemplos como Fidel Castro que socializou a miséria. Todo mundo quer é igualdade na riqueza. Isso não é fútil, as pessoas querem conforto e serviços. Agora aqui todo mundo só quer o direito, não quer os deveres.

E o que dizer sobre a direita?

A direita aqui é inexistente. A esquerda gosta de associar a direita a torturadores militares ou a Hitler, como se eles fossem o único tipo. Mas veja não sou de direita, tenho valores da direita e da esquerda, por incrível que pareça.

Exemplos.

Por exemplo cultivo um valor de direita que é a honestidade. A esquerda acha que tudo bem você ser desonesto, pra fazer supostamente um bem maior. A meritocracia por exemplo também é uma coisa mais à direita e acho que está certo. Agora, quando você não tem as mesmas chances, aí estou mais pra esquerda. Outra posição de esquerda: hoje em dia acho que deveria liberar a maconha porque não vejo muita diferença entre ela e o álcool. Não uso mais, nenhum dos dois.

Como viveu o período da ditadura?

Olha eu cresci durante a ditadura, mas não via nada disso. Tive uma infância super tranquila. Já na adolescência comecei a saber sobre bombas e atentados, mas não tinha conhecimento político, pois não se falava a respeito na escola e meus pais não eram tão ligados. Eu ouvia falar em terrorismo, comunismo e subversivos, pra mim era tudo mais ou menos a mesma coisa. Mas quando comecei a prestar atenção, percebi que havia receita de bolo nos jornais ou um filme que demorava muito para chegar.

Agora, naquele tempo a gente falava a mesma coisa que hoje em dia: não há interesse em dar educação ao povo porque quanto mais burro, mais fácil de controlar. Então vou dizer que era muito mais seguro nas ruas naquele tempo. Meus pais não sofreram perseguição e nem seus amigos. A gente só sabia que estavam censurando. Só fui conhecer mesmo a realidade no colegial, e depois na faculdade. Não estou elogiando a ditadura. Já era ruim só que hoje é a mesma coisa.

A mesma coisa?

Hoje em dia me parece que piorou até, porque tem censura também, e antes não tinha o brasileiro contra o brasileiro como tem hoje em tudo que é lugar. O deputado Jean Willys por exemplo, talvez tenha boas intenções mas acho ele uma besta, sinceramente. Isso que ele faz é incitação de classes, não sei se conscientemente ou não, de gay contra hétero, de homem contra mulher, de pobre contra rico.

Será? Você parece muito desiludido.

A gente achava por exemplo que não ia mais ter “Hora do Brasil”, e continuou. Por que? Assim como o horário gratuito eleitoral. A geração de 80 foi muito feliz porque todo mundo achava que ia sair da idade das trevas, que haveria um progresso, lutando pela democracia. Mas a gente não saiu da ditadura e agora estamos vivendo um período de ditadura do proletariado. Estão aparelhando tudo, roubando paca. Tanto tempo no poder é perigoso. Pra mim tanto faz porque estou com a vida ganha de certa forma, tenho uma vida de classe média alta porque graças a Deus trabalhei por 30 anos e soube economizar.

Você sofre preconceito na classe artística por conta de suas opiniões?

Não, pra minha surpresa a maioria está do meu lado. Tem um ou outro enganado que foi pro outro lado. Naturalmente estou mais próximo dos artistas de minha geração, como a turma do Casseta, o Lobão, Paralamas. Entre a velha guarda a convivência é pacífica.

Como era nos anos 80?

Naquele tempo estávamos todos do mesmo lado contra a ditadura. Hoje em dia ganhei consciência da ditadura quando comecei a dar minhas opiniões no twitter. De repente apareceu uma patrulha ideológica de esquerda, cheia de militante virtual, que eu não sabia que existia. Sempre falei mal do governo mas agora estão me xingando. É ridículo.

Você lê muito? Como se informa?

Já li muito. Andersen, Grimm, quando criança. Muito gibi. No colegial li coleções inteiras sobre filósofos, muita ficção científica e muitas crônicas. Hoje em dia quase não consigo ler pois tenho déficit de atenção. Começo vários livros mas não termino nenhum. Mas leio jornais e fico na internet vendo links e blogs.

Como você e Danilo Gentili se conheceram?

Quando o Danilo me convidou, em 2010, para seu programa na Band, a gente só se conhecia de twitter. E eu lhe disse, ‘estou quase que me aposentando, já estou brecando na vida, enquanto você está acelerando’.

Qual seu papel no programa?

É servir de contraponto pro Danilo, fazer umas piadas, e basicamente apresentar convidados com a parte musical. Estou adorando pois era fã do ‘The Late Show’ do David Letterman e já sabia o que tinha que fazer no ar. O Ultraje já vivia tirando sarro com um espírito de fundão de escola no ginásio. Encontramos o ambiente propício para fazer a mesma coisa na TV. É bem menos tedioso que fazer show.

Que acha do programa do Jô?

Assistia bastante. Ele aumentou a parte de entrevistas e tal, com relação ao formato do ‘Late Show’. Já o Danilo está chegando mais perto do formato original. Nossa função no programa é muito maior. Embora o programa seja do Danilo, ele funciona justamente porque tem uma turma de pessoas que se identifica com o ambiente. Temos afinidade nas ideias. E não é tudo centralizado no Danilo, nem é objetivo dele, eu por exemplo tenho liberdade de falar o que quiser a qualquer hora. Se a entrevista não está indo bem por exemplo, se o entrevistado é tímido ou só responde monossílabo, a gente interfere.

Fonte: Blogdomorris