Postado por Luciano Piantonni whiplash
Eis que chegava o tão aguardado sábado, 22/03. Fomos para o hotel, e ficamos esperando que a van nos levasse para o estádio do Morumbi.
Isso aconteceu por volta das 14h, e sem muito stress por conta do trânsito, que era muito pequeno, em comparação ao que se tornaria o pandemônio de gente que iria se acumular nos arredores.
Ao chegar, fomos levados ao nosso camarim, que estava muito bem abastecido, e com um ar condicionado muito agradável.
Recebemos nossas credenciais e fomos informados que deveríamos almoçar, porque o restaurante tinha horário para encerrar (o “Metallica catering”, já que tudo recebe o nome da banda…) . Isso ficava no Bar do São Paulo, uma espécie de Bar/camarote de luxo, com uma visão sensacional do estádio, atrás de um dos gols. O interessante é que até os vales eram temáticos e traziam o nome da banda.
Depois de um belo almoço fomos até o palco para que fossem passadas as recomendações para os técnicos.
Por onde você passava, inúmeros seguranças (contratados pela produtora), com os modelos de acesso das credenciais, e muitos cases, com o logo do Metallica. Eram cases em todos os corredores (além de caixas de isopor com os nomes dos integrantes, cada um com suas bebidas preferidas.)
O que mais me chamou a atenção foram as salas com os nomes e logos da banda, sempre com os horários de uso anexados, ou seja, eles tem horário até para beberem água…
A sala mais bacana, ao meu ver, era a “Metallica Tunning Room”, onde eles fazem aquele ensaio pré-show. Entre as indas e vindas por esse corredor, vi a sala aberta, e tudo sendo montado (imagina o tamanho da equipe, sendo tem muito dessas salas…). Legal que eles forram tudo com um fundo preto e colocam os equipos para que eles toquem alguns sons.
No palco vi toda a pirotecnia sendo montada. Inúmeras bombas (se é que podemos chamar assim…), além de “maçaricos” enormes, de onde saem as chamas, que normalmente aquecem até o fundo oposto do estádio!
Também vi como funciona atrás daquela tela de led, que faz parte da plataforma, por onde os músicos entram, com seus “armários gigantes”, lotados de guitarras e baixos. É tão grande que são como mini-camarins dentro do palco, com roupões a disposição, chá, suco, etc…
Enquanto o Raven passava o som, eu me enfiava pelo palco, sacando cada detalhe.
Voltamos para o camarim, e com boa parte do público nas dependências do Morumbi, ficamos só aguardando a hora do show.
Foi aí que percebi que tinha algo de errado com o Metallica. Eles teriam que atender aos fãs do Meet & Greet, mais os convidados da VIP Room, e nada deles chegarem… Um dos responsáveis da equipe do Metallica veio até nós e explicou o atraso, e o show que começaria às 20h em ponto, teve que atrasar uns 20 minutos, sendo que de 30 minutos, eles pediram que passasse para 40, para que não ficasse ruim para o Metallica.
O Raven estava empolgadíssimo, e por mais que as pessoas viessem após o show nos falar que o som estava péssimo, que isso, ou aquilo, os músicos deram o seu melhor. Posso dizer que para quem estava em cima do palco, estava perfeito! O público reagia muito bem ao show, o que empolgava ainda mais.
O Metallica deve ter chego ao Morumbi na metade do set do Raven. James Hetfied não quis nem atender os fãs no M&G e foi direto para o palco para assistir ao show do Raven, atrás da tela e led, onde ficava a bateria do Lars.
Os caras não fazem uma vírgula fora do que é protocolo (eles têm horários até para tomar um copo de água…rs)
A equipe da banda é bacana, uns são malas, mas a maioria está bem distante daquela coisa de “bicho papão”, “ditadores”, que sempre li e ouvi falar… (tanto que eu andava por onde queria. Entrava no meio dos equipamentos no palco, etc…)
O mais de boa, por incrível que pareça, era um dos empresários do Metallica, Mr. Peter Mensch (que ao lado de Cliff Burnstein, são os chefões na Q Prime Inc.!). Ao cruzar com ele na escadas, o mesmo me cumprimentou, super tranquilo.
Voltamos para o camarim, e a assessora pessoal do Lars Ulrich, uma pessoa extremamente simpática, veio nos dizer que o Metallica adoraria fazer uma foto com o Raven, como nos anos 80. A banda desceu e ficamos aguardando ao lado da “Tunning Room”, onde se ouvia a bateria muito alta, e alguns graves dos demais instrumentos. Na hora saquei a música escolhida seria “The Day That Never Comes”, porque a tocaram no aquecimento. Também tocaram “Battery, enquanto aguardávamos.
Alguns seguranças da banda se aproximaram e ficaram nos olhando (mas logo deixaram de bobeira e ficaram tranquilos). O primeiro a vir falar com os caras do Raven, foi James, seguido de Kirk, Trujillo e por último, Lars.
Sei lá, aquilo me soou meio falso, uma vez que eles não fogem uma vírgula do protocolo. É tudo muito ensaiado, estranho… Um senhor que fazia as vezes de “chefão” ficava lembrando a banda que aquilo deveria durar apenas 4 minutos…
Fiz a foto e em segundos, Kirk e Trujillo correram para o palco. Lars foi quem ficou um pouco mais, ao lado de sua esposa, falando com os caras.
Foi nessa hora que cresceu meu respeito pelo Lars, que ao contrário do que pensam, se preocupa pela imagem da banda, e se mostra simpático com todos. James Hetfield é uma espécie de “criança mimada”, que do alto de seus 50 e poucos anos, se mostrou uma pessoa um tanto quanto bizarra, afetado por sua “raivinha”, que alguns disseram ser por causa do atraso para chegar ao Morumbi.
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Enfim, chegava a hora do show do quarteto mais famoso de San Francisco e fui liberado para ver tudo do palco, um sonho que carrego desde 1989, quando os vi pela primeira vez na “Damage Justice Tour”, no Ginásio do Ibirapuera.
Para o espanto de todos, uma chuva monstruosa caiu sobre o estádio, sem polpar até mesmo o palco (chovia forte até na plataforma que fica ao fundo do mesmo), que de uma garoa, evoluiu para isso, ensopando os músicos e quem mais estivesse descoberto no local.
Não tem comparação assistir o show do palco, é de arrepiar, uma vez que a mobilidade é melhor que quando as pessoas ficavam dentro do tal “snake pit” na tour do “Black Album”. Por causa da chuva, me dei o luxo de ficar na parte onde não chovia, ou seja, na direção da plataforma, onde ficava a mesa que cuidava dos monitores e todo o retorno da banda.
Inúmeras vezes vi o James Hetfield fazendo sinais para o responsável, que aumentasse seu retorno (nos ear pluggs), pois ele vinha do lado de onde eu estava e fazia os sinais. Lars Ulrich na única vez que olhou para o pobre rapaz dos monitores, fez sinal que sua “cabeça iria rolar”, num gesto de “cortando o pescoço”…
Veja um trecho de “One” de uma visão bem diferente:
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Fonte: Metallica: Os bastidores da apresentação em São Paulo http://whiplash.net/materias/biografias/200787-metallica.html#.Uz1PLvldWCk#ixzz2xpDOxjwd
A visão que eu tinha do palco inteiro, incluía uma vista privilegiada da bateria do Lars, que ao contrário do que dizem, e eu imaginava, ainda manda bem, sim, sem muito relaxo.
Algo assustador foi num momento onde deveria explodir uma das bombas de efeito, e a mesma se antecipou alguns segundos, dando um susto em todos. James rapidamente olhou para trás e fez sinal para cortarem, pois creio que por causa da chuva, poderia ser muito perigoso.
O set todos conhecem, portanto foram mais de duas horas de Metallica, com a emoção de estar vendo tudo de perto, tudo ali debaixo de seu nariz (via o palco e via o corre-corre da equipe, sempre pronta para resolver todos os tipos de “pepinos”… no caso, secando o palco e os instrumentos, quando eram trocados).
Como profissional, uma experiência e tanto. Como fã, pernas trêmulas o tempo todo!
Não foi muito difícil voltar para casa com um daqueles balões que são jogados em “Seek And Destroy”, ou até mesmo algumas palhetas…
Apesar de ter ficado no palco este ano, e de ter visto os caras nas turnês de 1989, 1993, 2010, mesmo presenciando tudo aquilo de forma “ensaiada”, vale dizer que nem que você fique na grade (agora, é sem me gabar!), lá de cima é tudo muito mágico!
Enfim, não por acaso o Metallica é, sim, uma das maiores bandas do mundo!
Fonte: Whiplash
Agradecimentos a Luciano Piantonni
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