Único representante do pop rock nacional na gravação do “Show da Virada”, da Globo, nesta terça-feira (28), o Skank afirmou que "a grande mídia" é a culpada pela falta de visibilidade do gênero musical no Brasil. “Há um rompimento patente e fácil de perceber da grande mídia e o pop rock brasileiro. Não sabemos até que ponto a mídia consegue moldar ou dar opção para a massa gostar de outro tipo de música”, disse o vocalista Samuel Rosa se referindo à “supremacia do sertanejo e axé”.
De acordo com Samuel, boas produções do rock e pop rock no país estão sendo descartadas pelas redes e veículos de comunicação. “Existe uma preguiça da mídia com bandas e músicas novas e é inevitável que isso se torne um círculo vicioso. As bandas também vão desanimando por não terem espaço e pensam: ‘Tocar no Faustão é tão difícil, tocar em uma rádio é tão complicado. Hoje em dia só o sertanejo, o pagode estão tocando e tal’. Isso vira um ciclo que não é tão legal, já vivemos momentos melhores”, diz o líder do Skank, que no auge do sucesso na década de 1990, costumava se apresentar com frequência no "Domingão do Faustão", da Globo.
O baterista Haroldo Ferretti acredita também que o momento não é favorável para o pop rock e critica o “crescimento exagerado” de outros ritmos. “A gente vê em outros segmentos lutas de foice, é uma quantidade de artistas novos, que eu me perco em ver que a cada mês surge um novo sucesso, e confesso que não conheço direito”. E acrescenta: “Está faltando democratização à música”.
Em agosto deste ano, a banda lançou o DVD “Skank – Rock in Rio” e teve a música com o rapper Emicida “Presença”na novela da Globo “Amor Eterno Amor”. Nos últimos dois meses, nenhum dos hits do grupo entrou nas paradas de sucesso, segundo o Hot 100 Brasil, que mostra semanalmente as 100 músicas mais tocadas nas rádios do Brasil.
Na Rádio UOL, a banda também não aparece entre as 50 músicas mais tocadas no último mês. Já o grupo de pop rock Jota Quest participa da lista com o hit “Tudo Está Parado”.
O Skank nasceu em 1983 e, em 1996, liderou as paradas de sucesso com o hit “Garota Nacional”. Na Espanha, na época, ficou entre as mais tocadas durante três meses.
Os discos da banda ganharam edições norte-americanas, italianas, japonesas, francesas e em diversos países ao redor do mundo. Quando "O Samba Poconé" chegava a quase 2 milhões de cópias vendidas no Brasil, o Skank foi convidado a representar o Brasil em "Allez! Ola! Olé!", disco oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1998.
Fonte:
Uol