O Rolling Stones planeja fazer uma série de shows “secretos” em clubes de Paris, em preparação para os shows que acontecerão em Londres e Nova York.
Em entrevista ao jornal inglês, New Musical Express, o guitarrista Ron Wood declarou: “Pode ser que usemos nosso codinome de Cockroaches para anunciar esses shows, mas o importante é que todos estão fazendo um esforço para chegar na hora certa ao estúdio. Começamos às 3 da tarde, vamos até a hora do jantar e temos um intervalo. Queremos dar 200 por cento. Faremos alguns shows na próxima semana ou na outra ainda. Vamos aparecer em algum lugar e testar algumas músicas. O lugar será bem pequeno, para 200 ou 300 pessoas.”
A banda americana de Thrash Metal, Flotsam And Jetsam, revelou hoje a arte da capa de seu novo álbum, "Ugly Noise".
O guitarrista, Michael Gilbert, disse em uma entrevista à Metal Army America, que o novo állbum tem lançamento previsto para o final de 2012 e início de 2013, terá contribuições do ex-baixista Jason Newsted (ex-Metallica e Voivod).
Segundo Gilbert: “Eu trabalhei com Jason em algumas músicas e ele me deu algumas dicas e abriu a minha cabeça em sobre como eu vejo a minha música e como eu quero que meus ouvintes percebam as opiniões que estou dando.
Jason é apaixonado por música, então quando eu falei com ele... eu só queria que ele me ajudasse com umas letras e que ele ouvisse um pouco da música que eu estava compondo. E ele é um ótimo compositor também. Eu não sei se ele pôde se expressar totalmente no Metallica ou se ele ficou um pouco restrito, não tenho idéia sobre essas coisas, mas comigo, a qualquer hora que ele quiser compor comigo, ele tem liberdade total e direito a opinião em tudo.”
O novo álbum da banda finlandesa Sonata Arctica, “Stones Grow Her Name”, foi lançado no dia 18 de Maio e ganhou disco de ouro uma semana após o lançamento.
Porém, a banda recebeu a premiação há apenas alguns dias, num show comemorativo no lendário Tavastia Club em Helsinki (FIN).
Segundo o tecladista Henkka Kilingenberg: “Apesar de não ser nosso primeiro disco de ouro na Finlândia, é sempre uma ótima sensação saber que tantos fãs gostam do que fazemos. Em nome de todos na banda gostaria de agradecer a todos que compraram o álbum e nos ajudaram.”
Confira as datas da turnê do Sonata Arctica:
03.11 Polônia –Varsóvia - Progresja
04.11 Alemanha -Berlim - Columbiaclub
06.11 Alemanha –Hamburgo - Markthalle
07.11 Alemanha -Colônia - Essigfabrik
08.11 Bélgica -Antuérpia - Trix
09.11 Holanda –Tilburg - 013
11.11 Alemanha – Bochum - Zeche
12.11 Alemanha -Aschaffenburg Colos - Saal
13.11 França –Lille - Le Splendid
14.11 França -Paris - Bataclan
16.11 Espanha –Madrid - La Riviera
17.11 Espanha –Barcelona - Razzmatazz
19.11 França –Lyon - Le Transpordeur
20.11 Alemanha - Stuttgart LKA - Longhorn
21.11 Suíça –Pratteln - Z7
22.11 Itália –Milão - Alcatraz
24.11 República Checa –Praga - Winter Masters of Rock
A banda americana Machine Head, acaba de lançar o videoclipe para a versão ao vivo da música "Imperium" que estará no álbum ao vivo da banda.
O trabalho sai no dia 13 de Novembro. Intitulado “Machine Fuckinf Head Live”, o lançamento será pela Roadrunner Records.
“Machine Fucking Head Live” foi gravado em vários lugares pelo mundo, durante o ano passado, e inclui músicas de todo catálogo da banda, incluindo clássicos como "Imperium", "Aesthetics of Hate", "Locust", "Ten Ton Hammer", "This is the End" e "Halo".
Segundo o frontman Robb Flynn: “Os Head Cases (como são chamados os fãs da banda) estavam tão intensos durante a tour que começamos a gravar os shows. Nós escolhemos algumas das melhores noites, com a banda e o público no melhor de sua forma para fazer um excelente álbum duplo ao vivo de quase duas horas, que é um excelente documento da forma em que a banda se encontra, com 18 anos de carreira.”
O álbum foi mixado e masterizado no Trident Studios na Califórnia, por Robb Flyyn e Juan Urteaga.
Confira o tracklist de “Machine Fucking Head Live”
Nesta quarta, corte calculou pena de Valério em mais de 40 anos de prisão.
Próximo réu do mensalão a ter punição definida será Ramon Hollerbach.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) define nesta quinta-feira (25) a soma final da pena de Marcos Valério e também começa a definir as penas do réu Ramon Hollerbach, sócio de Marcos Valério. Hollerbach foi condenado no processo do mensalão por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, e formação de quadrilha.
O ministro Cezar Peluso, que se aposentou em setembro ao completar 70 anos, chegou a votar pela condenação do empresário a oito anos de prisão, além de multa de R$ 148,2 mil. Agora, relator e revisor do processo apresentarão seus cálculos. Em seguida, votarão os demais ministros da corte.
Após definir a pena de Hollerbach, o plenário do STF deverá calcular a pena do outro sócio de Valério, Cristiano Paz, conforme ordem de acusação da denúncia do Ministério Público.
Nesta quarta (veja ao lado), os ministros calcularam a pena de Valério, apontado como o operador do mensalão, em 40 anos, 1 mês e 6 dias de prisão, além de multa que pode chegar a R$ 2,783 milhões (em valores que ainda serão corrigidos). A soma final da pena, contudo, será definida pela corte nesta quinta.
Se prevalecer a pena estipulada nesta quarta pelos ministros, Valério terá de permanecer pelo menos 6 anos e 8 meses em regime fechado, período equivalente a um sexto da pena total. Só depois desse prazo, poderá requisitar a progressão da pena, que pode lhe dar direito ao regime semi-aberto. No entanto, a conta de quando Valério poderá pedir a progressão depende ainda da validação da pena estipulada pelos ministros.
A punição pode ser reduzida porque os ministros ainda vão definir se houve concurso material (quando as penas são somadas), concurso formal (quando com uma só ação se pratica mais de um crime é aplicada a pena mais grave, podendo ser ampliada) ou crime continuado (quando o segundo ou demais crimes são continuação do primeiro, então é aplicada a pena mais grave, podendo ser ampliada)
Contudo, para o relator do processo, Ricardo Lewandowski, a corte deverá manter a pena de 40 anos, 1 mês e seis dias de prisão.
Segundo o Código Penal, condenados a penas superiores a oito anos cumprem a punição em regime fechado, o que deve ocorrer com Marcos Valério.
Segundo Lewandowski, as penas aplicadas a Valério podem "balizar" a definição da punição dos demais réus do mensalão. "Eu, por exemplo, vou manter os mesmos critérios para todos os réus. Acho que todos os magistrados farão isso. É possível que o Supremo, no final, procure chegar a uma uniformização", afirmou.
O Supremo decidiu as seguintes punições para Marcos Valério:
Formação de quadrilha: 2 anos e 11 meses de reclusão.
Corrupção ativa relativa a contratos com a Câmara dos Deputados: 4 anos e 1 mês de reclusão, além de multa de R$ 432 mil, o equivalente a 180 dias-multa no valor de 10 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 240).
Peculato relativo a contratos com a Câmara dos Deputados: 4 anos e 8 meses de reclusão, além de multa de R$ 546 mil, o equivalente a 210 dias-multa no valor de 10 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 260).
Corrupção ativa relativa a contratos com o Banco do Brasil: 3 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, além de 30 dias-multa, cada dia valendo 15 salários mínimos da época do cometimento do crime. (se considerado o valor de R$ 240, chegaria a R$ 108 mil).
Peculato relativo a contratos com o Banco do Brasil (desvio do bônus de volume + Fundo Visanet): 5 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão, além de multa de R$ 598 mil, o equivalente a 230 dias-multa no valor de 10 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 260).
Lavagem de dinheiro: 6 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão, além de multa de R$ 78 mil, o equivalente a 20 dias-multa no valor de 15 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 260).
Corrupção ativa relativa a pagamento de propina a parlamentares: 7 anos e 8 meses de reclusão, além de multa de R$ 585 mil, o equivalente a 225 dias-multa no valor de 10 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 260) - o voto de Joaquim Barbosa venceu por maioria, mas o resultado não foi proclamado porque o ministro Marco Aurélio não votou.
Evasão de divisas: 5 anos e 10 meses de reclusão, além de multa de R$ 436,8 mil, o equivalente a 168 dias-multa, no valor de 10 salários mínimos cada (da época do cometimento do crime, de R$ 260) - o voto de Joaquim Barbosa venceu por maioria, mas o resultado não foi proclamado porque o ministro Marco Aurélio não votou.
O valor do dia-multa é apenas uma estimativa com base nas informações apresentadas pelos ministros, uma vez que o valor exato será definido, após correção monetária, pelo juiz de execução penal do local onde os réus forem presos.
Condenações e absolvições
Depois das penas, o Supremo também deve decidir se vai determinar a perda do cargo dos três deputados federais condenados: Valdemar, João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Veja abaixo a relação de todos os condenados e absolvidos no julgamento:
RÉUS CONDENADOS
- Bispo Rodrigues (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Breno Fishberg (lavagem de dinheiro)
- Cristiano Paz (corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha)
- Delúbio Soares (corrupção ativa e formação de quadrilha)
- Emerson Palmieri (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Enivaldo Quadrado (formação de quadrilha e lavagem de dinheiro)
- Henrique Pizzolatto (corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro)
- Jacinto Lamas (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- João Cláudio Genu (formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- João Paulo Cunha (corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro)
- José Borba (corrupção passiva)
- José Dirceu(corrupção ativa e formação de quadrilha)
- José Genoino (corrupção ativa e formação de quadrilha)
- José Roberto Salgado (gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Kátia Rabello (gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Marcos Valério (Corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Pedro Corrêa (formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Pedro Henry (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Ramon Hollerbach (corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Roberto Jefferson (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Rogério Tolentino (lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha)
- Romeu Queiroz (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Simone Vasconcelos (lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas, formação de quadrilha)
- Valdemar Costa Neto (lavagem de dinheiro e corrupção passiva)
- Vinícius Samarane (gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro)
ABSOLVIÇÕES PARCIAIS (réus que foram condenados em outros crimes)
- Breno Fischberg (formação de quadrilha)
- Cristiano Paz (evasão de divisas)
- Jacinto Lamas (formação de quadrilha)
- João Paulo Cunha (peculato)
- José Borba (lavagem de dinheiro)
- Pedro Henry (formação de quadrilha)
- Valdemar Costa Neto (formação de quadrilha)
- Vinícius Samarane (formação de quadrilha e evasão de divisas)
RÉUS ABSOLVIDOS
- Anderson Adauto (corrupção ativa e lavagem de dinheiro)
- Anita Leocádia (lavagem de dinheiro)
- Antônio Lamas (lavagem de dinheiro e formação de quadrilha)
- Ayanna Tenório (gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- Duda Mendonça (lavagem de dinheiro e evasão de divisas)
- Geiza Dias (lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha)
- João Magno (lavagem de dinheiro)
- José Luiz Alves (lavagem de dinheiro)
- Luiz Gushiken (peculato)
- Paulo Rocha (lavagem de dinheiro)
- Professor Luizinho (lavagem de dinheiro)
- Zilmar Fernandes (lavagem de dinheiro e evasão de divisas)
Pouca gente pode se gabar de ter feito parte de uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Na década de setenta, os Ramones viraram o rock de ponta cabeça com sua batida reta, a muralha de guitarras e os refrões pegajosos. Era o antídoto perfeito para o rock progressivo e o pop insosso que dominavam o cenário musical.
Esta revolução teria sido mais difícil sem a ajuda de Marc Bell. Mais conhecido como Marky Ramone, o baterista se juntou aos Ramones em 1978, vindo a fazer parte da formação mais duradoura da banda e gravando álbuns clássicos como “Road To Ruin”, “End Of The Century” e “Pleasant Dreams”.
Mas sua carreira e personalidade vai muito além dos Ramones. Ainda na adolescência, gravou dois álbuns com uma banda pioneira do heavy metal, o Dust. Mais adiante tocou com Richard Hell, um dos personagens mais importantes do início do punk rock e nos anos 80 viu seu estilo de tocar influenciar o surgimento do hardcore e do thrash metal.
Pensando em tudo isso, a Rádio UOL entrevistou Marky com o foco em sua própria carreira e suas impressões pessoais. Num bate-papo informal, o baterista contou tudo sobre sua trajetória, sem deixar de lado a banda com quem passou a maior parte da carreira.
Como foi seu início na música? Quais foram suas influências no início?
Eu nasci em 1956, tinha 14 anos quando os anos 60 acabaram. Então, basicamente, sou um filho da década de 70. Mas sempre gostei de música dos anos 40, 50, 60, 70 até hoje. Gosto de Frank Sinatra, Elvis, Little Richard, Chuck Berry, Ronettes, Alice Cooper, David Bowie, Stones, The Who, Kinks…
Quando eu discoteco, toco garage rock dos anos 60, punk rock como Clash e Sex Pistols, soul como Marvin Gaye, Wilson Pickett, James Brown. Gosto de muitos tipos de música diferentes.
Muita gente não sabe que sua carreira vai muito além dos Ramones. Já na adolescência você lancou dois álbuns com o Dust (“Dust”, de 1971 e “Hard Attack”, de 1972).
Sim, eu tinha 16 anos, ainda estava no ensino médio. Nós éramos amigos do bairro, no Brooklyn.
Fizemos dois álbuns e fomos uma das primeiras bandas de heavy metal dos EUA. Os álbuns são muito bons. O livro “The Heavy Metal Almanac” colocou uma das músicas do primeiro no Top 10 de todos os tempos.
Mas banda não estourou porque éramos jovens demais para sair em turnê. Nos EUA você precisa ter 21 anos para beber e nós tínhamos 16, então não podíamos entrar em lugares que serviam álcool sem um adulto responsável acompanhando, o que impossibilitava muitos shows. A banda acabou porque precisamos nos formar na escola.
Depois disso tudo, o guitarrista, Richie Wise acabou produzindo os primeiros dois discos do Kiss, aos 19 anos de idade.
Na virada dos anos 60 para os 70, a maior parte do rock pesado estava vindo da Inglaterra. O que vocês estavam ouvindo para fazer um som desse tipo nos EUA?
É verdade. No metal, a Inglaterra estava mais ou menos um ano à frente dos EUA. No punk, nos chegamos dois anos antes… Mas enfim, eu era fã do Keith Moon (The Who), Ginger Baker (Cream), Buddy Rich (baterista de jazz), Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience), Al Blaine (baterista de studio do produtor Phil Spector) e o John Bonham do Led Zeppelin, é claro. Se você juntar isso tudo, é o som que eu fazia.
Muitas vezes, quando fazíamos uma música nova, nem sabíamos que era algo parecido com o que essas bandas estavam fazendo. O Black Sabbath apareceu em 1970 e foi a primeira banda heavy metal de verdade. Muitas bandas tocavam um blues rock mais pesado, mas eles criaram uma sonoridade própria.
Havia outras bandas pioneiras do heavy metal nos EUA, mas a maioria não era de Nova York e tínhamos a nossa própria cena ali, mas a molecada não tinha idade para entrar nos clubes, eles eram ainda mais novos do que nós. Nosso maior problema era com a lei. O próprio metal só tinha um ano de idade da época!
Hoje em dia todo mundo quer uma reunião do Dust.
Você toparia?
Depende da quantidade de ensaios que nós poderíamos fazer e da vontade dos outros caras. Teria que ser feito corretamente. Mas estou afim sim, gosto de tocar esse tipo de música, porque posso me soltar.
Você sentia saudades de se soltar assim quando tocava com os Ramones?
Não, porque era algo totalmente diferente. Era um groove, batida 4 por 4, que eu gosto também. Como o Ringo Starr.
O que os ex-integrantes do Dust estão fazendo hoje? Você manteve contato?
Sim, o Kenny Aaronson (baixista) tocou com Bob Dylan, Joan Jett, Billy Idol e muitos outros. O Richie Wise (guitarrista) ganhou tanto dinheiro com os discos do Kiss que se aposentou e vive na Califórnia hoje em dia. Está todo mundo bem hoje em dia.
O próximo trabalho de destaque que você teve foi com o Richard Hell & The Voidoids, já em 1976/77. O que você fez nesse meio tempo?
Fiz um álbum com o Andrew Oldham, ex-empresário dos Rolling Stones. Em 1973 ele me chamou para gravar com uma banda de hard rock meio country do Missouri, o Estus. Topei porque ele sairia pela Columbia e seria produzido pelo Andrew, que foi quem fez “Satisfaction”, “Get Off My Cloud” e outros clássicos dos Stones. Mas eles queriam que eu me mudasse para o Missouri e eu queria ficar em Nova York, porque a cena nova-iorquina estava começando a acontecer.
Depois disso, comecei a andar nessa cena, em clubes como Max’s Kansas City e CBGB’s e foi onde eu conheci o Wayne County (pioneiro punk transexual, conhecido depois como Jayne County). Nós formamos o Wayne County & The Backstreet Boys e começamos a tocar pela cidade. Só gravamos demos juntos. Quando o Wayne gravou um disco próprio, já estava com outra banda de apoio, o Electric Chairs.
Nessa altura, o Richard Hell já estava formando os Voidoids.
Isso, ele tinha saído dos Heartbreakers (banda do ex-New York Dolls Johnny Thunders) e estava afim de formar um grupo novo. Todo mundo se conhecia na época e ele me chamou no Max’s Kansas City. Começamos a ensaiar e gravamos o EP “Blank Generation”, que esgotou em duas semanas. Assinamos com a Sire, que era a gravadora dos Ramones, Talking Heads e Dead Boys e lançamos o primeiro álbum.
Saímos numa turnê de 5 semanas com o The Clash na Inglaterra em 1977. Os punks ingleses amavam o Richard Hell, porque sabíamos que ele era o criador do visual punk. O Malcolm McLaren (empresário dos Sex Pistols) havia visto ele em Nova York com o cabelo arrepiado e as roupas rasgadas e vestiu os Sex Pistols assim.
Os Heartbreakers, os New York Dolls e a maioria das primeiras bandas da cena punk de Nova York tocava um som mais calcado no rock and roll básico, enquanto os Voidoids eram mais inovadores, mais parecidos com o que viria a ser o pós-punk. De onde veio essa sonoridade tão distinta dos demais?
Bem, nós gostávamos de Jazz, o (guitarrista) Bob Quine e eu principalmente. Curtíamos mudanças repentinas de tempo, éramos melhores musicalmente do que a maioria das pessoas na cena de Nova York da época. Conseguíamos sair daquele modelo 4 por 4. “Blank Generation” era uma música meio jazz/swing (imita a batida típica do estilo).
A base é a mesma de “Minnie The Moocher” do Cab Calloway.
Exato, é nessa pegada. E “16 Tons” também, do Tennessee Ernie Ford. Você mistura isso com o punk e você tem Blank Generation.
Como era trabalhar com um personagem legendário como o Richard Hell?
Nós éramos gente diferente. Ele vinha do Kentucky, no sul dos EUA, não era de Nova York. Ele era um tipo intelectual, boêmio, beatnick, punk. Eu sou um cara do Brooklyn, NY. Ele gostava de heroína, eu gostava de bebida. Rolava um conflito. Independente disso, nos dávamos bem musicalmente .
Mas depois de um ano e meio, depois da turnê com o Clash, eu saí da banda. Estava na hora. Eu queria continuar fazendo turnês e ele não e foi aí que o Dee Dee Ramone me chamou para conversar. Os Ramones vinham sempre nos ver. O Tommy (baterista original dos Ramones) não estava se dando bem com eles, sofria muito bullying, pegavam no pé dele, então resolveu sair. Isso foi no início de 1978.
Como foi para você, um músico bastante competente e técnico, substituir alguém que na realidade nem baterista era e só começou a tocar quando entrou na banda?
Foi fácil (risos)! O estilo dele era bem básico. Eu não precisei mudar muita coisa, só comecei a tocar as músicas da maneira que elas deveriam ter sido tocadas desde o início. Meu estilo apareceu em coisas que eu criei, como a batida de “I Wanna Be Sedated” e as introduções de “Rock and Roll Radio” e “Rock and Roll High School”.
Voltando ao lado mais intelectual da cena de Nova York, no início da coisa bandas mais complexas como Television e Talking Heads eram considerados parte do punk rock. Depois, o nome passou a ser sinônimo apenas do estilo mais próximo ao do Ramones. Você concorda com essa limitação?
Essas bandas foram rotuladas assim, mas uma banda punk deveria ter a energia no som ou o conteúdo nas letras. Os Ramones tinham as duas coisas. As bandas punks intelectuais/boêmias eram mais como um “peido mental”, música cerebral para universitários. Nós queríamos que todo mundo curtisse a gente, mas principalmente a juventude, o moleque comum das ruas.
Depois de entrar nos Ramones, você começou a tocar cada vez mais rápido, até que uns dois anos depois surgiu uma nova cena punk, o hardcore e uns anos depois, o thrash metal. Você sente que isso se deve, em parte, ao seu estilo de tocar?
Claro que sim! Não havia mais ninguém tocando como nós. Então eles pegavam o que a gente fazia e tentavam acelerar. Mas se você ouvir essas bandas você não entende o que eles estão dizendo, é rápido demais para o meu gosto. E a batida é diferente, eles não conseguiam tocar o 4 por 4 naquela velocidade como os Ramones, então dobravam o ritmo e tocavam 2 por 2, como uma polka russa ou polonesa. Isso é fácil, difícil é tocar Ramones durante uma hora e 15 minutos.
Eu e o Johnny Ramone tivemos uma discussão sobre tocar mais rápido por causa dessas bandas de hardcore e speed metal que estavam aparecendo. Eu disse “John, nós já tocamos rápido o suficiente, a garotada gosta, não vamos destruir o groove da música”. E ele respondeu “não, vamos tocar mais rápido”. Ele pensava que se eles achavam que podiam tocar mais rápido do que nós, nós íamos mostrar que podíamos tocar mais rápido do que eles. Mas eu discordava, acho que deveríamos ter continuado na mesma velocidade de antes.
Na verdade, nós gostávamos dessas bandas, desde o Black Flag até coisas mais novas como Anti-Flag e gosto do fato deles estarem mantendo a música punk viva. Mas no fim das contas, o que conta são as canções. E essas bandas não tinham canções como as nossas. Que músicas você conhece que continuam com a mesma força 35 anos depois, como as nossas?
Você tinha algum segredo para conseguir tocar a batida dos Ramones durante tanto tempo? É bem difícil fisicamente, principalmente bebendo e fazendo turnês, que é algo cansativo.
Eu sempre toquei no mínimo três vezes por semana, mesmo antes de entrar nos Ramones. Sempre fiz exercício, corri, lutei boxe… Nunca fumei cigarro e nunca usei drogas pesadas. Tive minha fase de bebedeira, mas cuidei, no geral.
Quem você sente que foi precursor da batida dos Ramones?
Ninguém exatamente, mas em parte o Ringo Starr e o Dave Clark, do Dave Clark Five, que é meu amigo, amo ele. Esses caras eram bateristas básicas que ficavam presos à batida. O Hal Blaine, também, que gravou com as Ronettes e foi o músico que tocou em mais hits em todos os tempos.
Você saiu dos Ramones em 1983 e voltou em 1987. O que você fez neste meio tempo?
Resolvi dar um tempo, porque a bebida estava me afetando. O Dee Dee estava usando heroína, eu bebia e estava na hora de decidir o que era mais importante.
Enquanto estive fora, toquei com o Richie Stotts dos Plasmatics numa banda chamada King Flux. Era um som bem direto, punk-metal. O baixista era o irmão do estilista Tommy Hilfiger, Andy Hilfiger. Quase assinamos com a Elektra Records, mas alguma coisa aconteceu entre o Richie e o Andy e não rolou. Logo em seguida me chamaram de volta para os Ramones. Eu sentia que devia algo a eles e aceitei.
O Ritchie Ramone, que me substituiu, desertou sem nem dizer para os demais que estava saindo. Quando voltei para a banda, tive que ouvir essa história por um ano. Mas ele era um músico contratado, assim como o (baixista) CJ. Tanto é que eu voltei logo que melhorei.
O CJ ficou sete anos na banda, mas nós sempre achamos que o Dee Dee iria voltar, mas ele nunca voltou. Chamamos ele algumas vezes e fizemos uma reunião, mas ele queria fazer o lance dele e nós mantivemos o CJ até o final.
Na sua carreira solo, você sente pressão para repetir a fórmula dos Ramones?
Me sinto livre para fazer coisas diferentes, mas você sempre tem que se lembrar de onde veio. Não posso me esquecer que sou conhecido como o baterista dos Ramones e tenho que tocar algo com alguma similaridade. Sem copiar, mas mantendo a batida.
O pessoal que toca comigo sempre é fã dos Ramones. Não precisam ser fanáticos, mas têm que ter algum conhecimento. Tocamos 33 músicas dos Ramones no show e já fizemos 3 turnês mundiais fantásticas. Crianças vêm ao show com os pais, é muito estranho.
Você já deve ter respondido isso mil vezes, mas qual é o apelo dos Ramones na América do Sul? Por que, na sua opinião, vocês eram maiores aqui do que nos EUA?
Acho que as pessoas se identificam com as letras, com a energia da música e com a nossa imagem. Na verdade, nós somos maiores nos EUA hoje do que quando a banda estava junta. Tocamos no Lollapalooza, fizemos várias turnês, mas acho que estávamos à frente do nosso tempo. Só fomos reconhecidos na América na dácada de 90. “I Wanna Be Sedated” e “Blitzkrieg Bop” venderam milhões de cópias… antes tarde do que nunca.
E quais são os planos para o futuro?
Meu livro sai em 2013. Li todos os livros sobre os Ramones, vi todas as baboseiras e exageros que escreveram sobre nós e vou esclarecer tudo. O livro do Dee Dee em grande parte é ficção, o irmão do Joey lançou um livro mas ninguém quer saber sobre a vida dele, querem ouvir sobre o Joey. E o Johnny lançou um livro que na verdade foi escrito pela mulher dele. Ele estava doente demais para fazer qualquer coisa, então deve ter escrito os primeiros capítulos, mas morreu logo depois. Meu livro vai contar toda a verdade e nada além da verdade.
Falando nisso havia muita animosidade entre os Ramones, especialmente Joey e Johnny (por causa de uma mulher). Mas você parecia se dar razoavelmente bem com todo mundo.
É verdade. Eu sempre tentava reuní-los, fazê-los rir, promover a paz e a amizade entre eles. Mas era difícil. Quando o Joey estava no hospital eu liguei para o Johnny e disse que ele tinha que vir fazer uma visita. O Johnny disse “não me importo, não gosto dele, não vou me dar o trabalho de ir até aí”.
Até que ele morreu, logo depois disso. Foi aí que o Johnny ficou doente. Na minha opinião a mágoa que um tinha pelo outro foi o que causou o câncer deles. Eu sempre acreditei nisso. Quando você tem pensamentos negativos por alguém isso te devora. Foi por isso que eles morreram cedo.
Amo os dois e sinto muitas saudades deles, eram meus irmãos. Fizemos 1700 shows juntos, 10 álbuns de estúdio. Fazem muita falta.